Como saber se um carro recém-lançado terá alta desvalorização
Aceitação do modelo novo e preços praticados pelas concessionárias são pistas importantes.
A desvalorização no momento da revenda é uma das principais preocupações do brasileiro na hora da compra de um carro zero-km. No caso de veículos consagrados, uma boa dica é calcular a diferença de preço entre o usado e o novo por meio das tabelas publicadas no site e na edição impressa do Jornal do Carro (págs. 15 a 22). Mas como é possível saber qual será a depreciação de veículos recém-lançados, ainda sem unidades seminovas à venda?
Segundo especialistas, o principal indício sobre a futura depreciação (considerada alta quando ultrapassa 15% no primeiro ano) é a aceitação do modelo zero-km. Em geral, os dois primeiros meses de vendas não servem como base. A partir do terceiro mês após o lançamento dá para avaliar se o novo produto é um sucesso, um fracasso ou mesmo se tem aceitação mediana.
Entre os exemplos de veículos com baixo índice de desvalorização no primeiro ano de uso estão o hatch Chevrolet Onix e os utilitários-esportivos Honda HR-V e Jeep Renegade. Em comum, os três ocupam as primeiras posições no ranking de emplacamentos de suas respectivas categorias.
Mas há exceções à regra. O Up! é um bom exemplo de modelo com vendas medianas que está longe de ser um fiasco no mercado de usados. De acordo com lojistas da capital especializados em seminovos, é difícil encontrar um exemplar de segunda mão do Volkswagen à venda. Eles dizem que os donos dificilmente querem se desfazer do carrinho.
O Up! é um dos carros com menor desvalorização do mercado – mesmo sem frequentar a lista dos dez zero-km mais licenciados do País. “Os emplacamentos medianos podem representar não que o Up! é ruim de mercado, mas sim que há limitação de produção”, afirma o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK.
O preço praticado pelas concessionárias é outro indicador do nível de aceitação do veículo. Para Roger Armellini, gerente-geral de produto da Toyota, dar descontos sobre a tabela do zero-km aumenta a depreciação no seminovo.
A marca não costuma adotar a política de bônus e dois de seus carros – Etios e Corolla – estão entre os menos depreciados do mercado brasileiro.
Outro fator que deve ser observado pelo consumidor que não quer perder dinheiro na revenda é a reputação do produto. Há carros que têm fama de quebrar muito ou ter manutenção mais cara que a média.
É o caso de Citroën e Peugeot. As francesas têm feito sucessivas campanhas para melhorar o atendimento de pós-venda e reduzir os preços das peças, além de oferecer planos de revisão com valores “fechados”. Mesmo assim muitos consumidores e mecânicos independentes propagam a ideia de que esses carros têm manutenção complicada e dispendiosa.
Mas, diferentemente do Citroën C3, o Peugeot 208 desvaloriza pouco no primeiro ano.
Há também fabricantes e importadoras que ainda não conseguiram ganhar a confiança do brasileiro, a exemplo de JAC Motors e Chery.
Na lista dos veículos mais depreciados do País aparecem vários modelos das duas.
Fonte: Jornal do Carro
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