Combustível adulterado afeta peças caras do seu carro

Combustível adulterado afeta peças caras do seu carro

 

Além de render menos, o combustível “batizado” pode causar mais prejuízos, afetando peças como catalizadores, bombas de combustíveis, sondas de oxigênio e bicos injetores.

Repor esses itens pesa no bolso: eles custam caro por causa do avanço de tecnologias desenvolvidas para reduzir a emissão de poluentes, bem como atingir maior eficiência energética dos motores.

Algumas peças chegam a ter valores tão altos que, em certos casos, dependendo do ano e modelo do carro, os proprietários são obrigados a buscarem esses itens em desmanches.

Apesar de a maioria dos desmanches serem legalizados, você fará a compra “no escuro”: não dá para saber, por exemplo, se um sensor de oxigênio que você está comprando funciona adequadamente.

Quais são as peças afetadas?

A maioria das peças afetadas pelo combustível adulterado está ligada ao caminho que esse combustível percorre.

Começa pela bomba de combustível, medidor de nível (boia do tanque), filtro de combustível, bicos injetores, velas, sensor de oxigênio, catalizador e chega a todo o sistema de escape (silencioso e abafador).

Alguns exemplos de preços desses itens em lojas de autopeças:

– catalizadores de carros “populares” variam de R$ 400 a R$ 1.200;

 – sensores de oxigênio: de R$ 200 a R$ 500 para carros de entrada; para os “premium”, os valores ultrapassam os R$ 4.000;

 – bombas de combustível vão de de R$ 200 a R$ 1.300. As bombas de alta pressão do carros de luxo partem de R$ 4.000 e podem chegar a R$ 9.000.

Peças originais chegam a custar de 5 a 10 vezes mais.

Risco para motor

O problema pode se tornar ainda mais grave: existem 2 tipos de adulteração que também causam danos muito grandes ao motor.

A primeira é quando tem água misturada no etanol. Em função da alta temperatura e da pressão da câmara de combustão, o etanol se transforma em um melado, parecido com aquele açúcar endurecido da panela de pudim.

Esse melado enferruja a rosca das velas e impede que se retire as velas sem danificar a rosca do cabeçote, obrigando o proprietário do carro a realizar uma retífica no cabeçote.

O problema ocorre com todos os tipos de velas, mas é maior em carros mais novos, que utilizam velas de irídio. É preciso retira-las para limpeza a cada revisão periódica, pois duram 80.000 km.

Se você utiliza somente etanol, faça um teste: mesmo que sua vela seja comum, retire-as e observe se não há sinais de ferrugem na rosca.

Além disso, coloque a vela próximo ao nariz e veja se sente cheiro de açúcar queimado.

O segundo grande estrago é quando o combustível é adulterado com óleo diesel e ou solvente de borracha. Estas substâncias acabam contaminando o óleo do motor, principalmente se o motorista é daqueles que deixa passar o momento da troca.

Nesse caso, o óleo se transforma em uma graxa que entope os dutos de lubrificação, gerando no primeiro momento o desgaste do comando de válvulas e se você não se atentar poderá até ocorrer o travamento do motor.

Outra consequência da adulteração com óleo diesel ou solvente de borracha diz respeito aos carros mais novos com injeção direta: o bico injetor de combustível pode travar aberto, gerando uma quantidade excessiva de combustível dentro da câmera de combustão produzindo o chamado calço hidráulico (saiba mais nesse link).

Neste caso, o prejuízo é de chorar. Em carros de luxo, o reparo não sai por menos de R$ 40 mil.

Fonte: G1