SOCORRO: ALAGAMENTO! E AGORA, O QUE FAZER?

SOCORRO: ALAGAMENTO! E AGORA, O QUE FAZER?

 

Verão brasileiro e as pancadas de chuva no final da tarde se tornam rotina justamente no horário da volta para casa, quando o motorista ou motociclista terá de enfrentar a pista molhada, espelhos d’água no asfalto e alagamentos.

Verificações de segurança para o veículo, como manter em ordem os limpadores de para-brisa e os pneus, já devem ser conhecidas dos condutores. A intenção agora é alertar os motoristas e motociclista em como reagir em casos extremos como o de um alagamento. Nessa hora, redobrar a atenção, ter atitudes prudentes e manter a calma será essencial para evitar acidentes de trânsito.

O OBSERVATÓRIO reuniu algumas dicas para enfrentar a chuva sem medo e não se envolver em acidente. No Programa Observar, disponível em http://www.onsv.org.br/observar/ também há informações relevantes sobre como o condutor deve se comportar.

Tem enchente na pista!

Atenção à profundidade – Se já não dá mais para voltar e pegar outro caminho e evitar o alagamento é preciso ter garantias de que dá para enfrentar a área alagada. O ideal é observar os motoristas à frente. Se o nível da enchente não ultrapassar o meio da roda até é possível passar com os devidos cuidados.

Nunca mude da primeira marcha – Essa dica é valiosa. Nunca entre com muita velocidade em uma área alagada. Pare o carro antes e, quando for avançar, engate a primeira marcha e mantenha a aceleração. Em uma aceleração constante, a frente do veículo vai formar uma onda na água, fazendo com que fique mais raso perto do motor. Isso ajudará a transpor o alagamento.

Câmbios automáticos – Consulte o manual do proprietário para saber a recomendação do fabricante. Em linhas gerais, o recomendado é sempre usar a marcha mais pesada do câmbio para transpor o alagamento.

Jamais deixe o carro morrer – Essa pode ser a chance de a água danificar de vez o motor do carro, causando o maior problema que uma enchente pode ocasionar: o calço hidráulico. Ele acontece quando a água entra pelo escapamento e invade a câmara de combustão. Assim, onde deveria ser comprimido o ar e o combustível pelo pistão, existe água. Isso faz com que o motor trave e deixe de funcionar.

Seu carro alagou? Jamais o ligue o carro com o motor molhado para saber se está funcionando. Você poderá prejudicar o seu funcionamento para sempre!

Não divida espaço – Passar pela enchente junto com outros carros é muito arriscado, justamente pela movimentação da água, que já falamos quando demos a dica da marcha. Um carro em mão contrária ou no mesmo sentido, em paralelo, pode criar ondas e jogar água para cima do veículo, fazendo com que a água cause o calço hidráulico. Sempre vá sozinho. Se tiver algum apressadinho, deixe passar e atravesse com segurança.

Nada de ar-condicionado – O aparelho usa a potencia do motor para refrigerar o ambiente. Se ele estiver desligado, você pode usar o motor única e exclusivamente para ultrapassar o alagamento.

Saindo da enchente, freie – Depois de passar por uma área alagada, os freios ficam muito molhados. A dica é, quando sair da enchente, antes de seguir, freie de leve. Essa medida tira um pouco da umidade e evita que você fique na mão quando precisar frear mais à frente.

Em caso de aquaplanagem, o que faço?

Prepare-se para reagir – Trata-se de um fenômeno que pode ocorrer mesmo em velocidade relativamente baixas (acima de 55 km/h) e que faz com que o veículo não reaja ao se mexer o volante.

Calma para controlar – Caso o seu veículo deslize no espelho d’água, mantenha a calma. Não gire o volante e tire, aos poucos, o pé do acelerador. Pise, suavemente, nos freios.

E se derrapar?

Mantenha a calma – Observe os arredores para encontrar um caminho para seguir, solte o acelerador e vire o volante suavemente na direção que deseja ir. Evite os freios, se possível. Se for preciso frear o veículo, não pise com tudo no freio. Para evitar a derrapagem, freie com antecedência e solte o freio um pouco antes da curva.

Motos x chuva

Suave nos comandos – O terror de grande parcela dos motociclistas é o chão molhado. Mas há maneiras de atenuar o evidente desconforto. A baixa aderência implica jamais acionar bruscamente os freios, câmbio, acelerador para evitar quedas.

Leitura do solo – Faça a ‘leitura’ do solo para tentar entender como a moto se comporta em cada tipo de pavimento molhado. O asfalto novo é quase tão escorregadio quanto paralelepípedo. Saber interpretar o pavimento onde se está rodando evita problemas dolorosos. Asfalto, concreto, calçamento, bloquete, paralelepípedos, pedras. No Brasil há um cardápio enorme de pavimentação e em cada uma delas sua motocicleta reage de modo diferente. Fique de olho no chão para detectar buracos, lombadas, e identificar as reações da moto ao solo em que você está rodando.

Concreto – O melhor piso na chuva é o concreto, que favorece a aderência. Mas, atenção: pisos molhados não são todos iguais. Chuva que acabou de iniciar é bem mais perigosa que aquele chuvão de horas, que já lavou a estrada, carregando fuligem e sujeiras embora. Todavia, uma chuva muito intensa é ruim, pois cria uma lâmina de água que o pneu não é capaz de romper.

Alagamentos –  se a água ultrapassa a altura do eixo da roda, não arrisque. Não passe! Se a água estiver acima disso pode haver perda de equilíbrio e uma queda. O motor pode aspirar a água através do filtro de ar e o dano mecânico pode ser grande.

Sem seguir – não vá atrás de ninguém que esteja passando na enxurrada ou alagamento. Deixe a pessoa seguir, observe o caminho feito para ver se não há nada que prejudique a passagem, espere a água se acalmar e passe.

Seja decidido – não passe correndo pela enchente, mas seja firme na sua escolha e vá decidido! E assim como acontece com os carros, cuidados com os freios logo que passar pela água. Faça pequenas frenagens para secá-los.

Parou. E agora? – Se a moto se aprofundou demais na água e apagou, não tente liga-la. Motocicletas também podem sofrer com o calço hidráulico. Se há água na câmara de combustão não ligue o motor, pois pode terminar de estraga-lo de vez. Reboque a motocicleta para um local seguro e procure a ajuda de um mecânico.

 

Fonte: ONSV