Início do horário de verão pode aumentar predisposição a acidentes
Segundo especialistas, o adiantamento do relógio provoca sonolência e lentidão de raciocínio.
Algumas pessoas costumam levar algum tempo para se adaptar ao horário de verão, que adianta uma hora nos relógios de algumas regiões do país, e por esse motivo ficam cansadas e com sono devido à mudança que pode afetar o organismo.
Segundo o especialista em trânsito e diretor do Portal, Celso Alves Mariano, esse cansaço pode aumentar a predisposição a acidentes de trânsito e de trabalho. “Com a mudança do horário, aumentam as chances da pessoa ter sonolência, lentidão de raciocínio, perda de memória, ansiedade, baixa autoestima e variações no humor, o que pode influenciar diretamente no ato de dirigir”, explica Mariano.
Ainda de acordo com o especialista, para dirigir com segurança é necessário que o cidadão esteja com todas as suas capacidades de comunicação, de raciocínio lógico, de noção de espaço, da coordenação motora, do autoconhecimento, de compreensão, de se situar no meio ambiente e de distinção e interpretação de sons, ativas e prontas para serem utilizadas. “Estados psicológicos e emocionais alterados, como é o caso do sono, por exemplo, podem afetar diretamente a segurança desse condutor e dos demais envolvidos no trânsito”, diz Mariano.
Um estudo realizado no Canadá pela University of British Columbia constatou um aumento de 8% no número de acidentes de trânsito no dia seguinte à implantação do horário de verão. A pesquisa demonstrou que mesmo as pequenas mudanças na quantidade de sono podem causar danos às atividades diárias das pessoas, como dirigir. A alteração na quantidade de luz, segundo a pesquisa, faz com que o cérebro das pessoas acredite que ainda é noite e, portanto, hora de dormir.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% dos brasileiros sofrem de insônia, um dos distúrbios do sono mais comuns e que é gravemente afetado no período do horário de verão.
Para que o organismo não sofra tanto com essa alteração, a dica é dormir 30 minutos antes do horário habitual, duas noites anteriores ao início do adiantamento do relógio. Para quem não conseguiu se preparar antes, vale, no período noturno, ajustar a luz e a sonoridade do ambiente, diminuir o ritmo das atividades, evitar comidas gordurosas e não deixar a televisão ligada, isso tudo pode ajudar a ter um sono de melhor qualidade.
No geral, o corpo consegue se adaptar ao novo horário entre três e sete dias após a troca.
Histórico
O horário de verão foi instituído pela primeira vez no Brasil em 1931, sendo que, a partir de 1985, o governo passou a adotar a medida todos os anos. Além do Brasil, ele também é adotado nos países da União Européia (entre março e outubro), nos Estados Unidos, Canadá e México (entre abril e outubro), além da Rússia, Turquia e Cuba. No hemisfério Sul, a medida é adotada entre outubro e março na Austrália, Nova Zelândia e Chile.
Fonte: Portal do Trânsito
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